Políticos já proibiram biquíni e traje caipira
No dia 1º, governador do Distrito Federal 'demitiu' gerúndio dos órgãos públicos.
Em março, decreto do prefeito de São Paulo proibia grito em feira.
"Fica demitido o gerúndio de todos os órgãos do Governo do Distrito Federal. Fica proibido a partir desta data o uso do gerúndio para desculpa de ineficiência", diz o texto do decreto publicado no "Diário Oficial", do Governo do Distrito Federal.
O ex-presidente da República Jânio Quadros não ficou sete meses no poder (renunciou ao mandato), mas, durante o curto período em que governou o país, em 1961, ele chegou a proibir o uso de biquínis nas praias e até maiôs em concursos de beleza.
Antes, em 1957, quando era governador de São Paulo, Jânio já havia provocado polêmica com outra medida. Em fevereiro daquele ano, proibiu a execução de rock nos bailes no Estado de São Paulo.
Mas decisões desse tipo não são exclusivas dos políticos brasileiros. Em 2006, por exemplo, o prefeito de Paris, Bertrand Delanoë, publicou decreto proibindo os "trajes indecentes" nas "praias" às margens do rio Sena.
Em 2005, a Prefeitura de São João da Boa Vista, no interior de São Paulo, proibiu por decreto, em um concurso de quadrilhas, trajes típicos de caipira, como trancinhas, remendos e chapéus de palha desfiados.
Na época, a Secretaria Municipal de Educação argumentou que o objetivo era mudar a imagem do caipira e evitar os "estereótipos" e "preconceitos", atribuídos a personagens como o Jeca Tatu, de Monteiro Lobato, imortalizado no cinema por Mazzaropi.
Padre só de batina
Em 2005, o prefeito de Aparecida (SP), José Luiz Rodrigues, conhecido na cidade como “Zé Louquinho”, lançou um decreto com o objetivo de obrigar os padres a usar batina sempre que saírem às ruas.
Na ocasião, o prefeito justificou dizendo que os romeiros gostam de ter um contato direto com os sacerdotes e, sem as vestimentas tradicionais, eles não podem ser identificados fora da igreja.
No final do ano passado, Rodrigues tinha enviado à Câmara dos Vereadores um projeto de lei que proibia "enchentes e outras ocorrências climáticas na cidade". Depois, ele reconheceu que o projeto era um absurdo. “Eu também acho que é absurdo, mas eu fui provocado”, disse.
O primeiro artigo dizia: "fica terminantemente proibida a ocorrência de enchentes nos bairros da cidade provocadas em razão de chuvas fortes, chuvas de granizo, tempestades com raios, vendavais e cheias no Rio Paraíba do Sul e seus afluentes no município".
Em agosto de 2003, o então prefeito de São Gabriel, Rossano Dotto Gonçalves, assinou decreto proibindo qualquer tipo de ato público na cidade. Objetivo da medida era tentar impedir uma manifestação organizada pela CUT em favor da reforma agrária.
Em 2003, decreto do então prefeito de Bocaiúva do Sul (PR), Elcio Berti, proibia homossexuais de residirem na cidade. “Fica vedada a concessão de moradia e a permanência fixa de qualquer elemento ligado a esta classe”, dizia o decreto.
Costumo usar essa frase (título) em sala de aula, sempre me referindo as idéias e projetos brilhantes de nosso legislativo. Pensava já ter visto coisas bizarras, mas como estas ninguém merece...
Queria que nossos legisladores criassesm leis que coibissem a morosidade, a falta de ética, moral e ineficiência da máquina pública.
Talvez não aconteça na minha geração mas as utópias estão aí para desejarmos.
Abraços.
Um comentário:
Pior é uma lei australiana: "É proibido amarrar crocodilos nos postes".
Qero saber quem foi o idiota que deu motivos para essa lei.
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