domingo, 8 de abril de 2007

SALAZAR O "MELHOR PORTUGUÊS"

Ao ler a notícia me surpreendi, e acredito que, se o caro leitor que conhece a história portuguesa com certeza, certamente se surpreenderá.
O ditador António de Oliveira Salazar, isso mesmo governou Portugal entre 1932 e 1968, venceu nesta segunda-feira (26) uma votação popular para escolher os "melhores portugueses da história". A eleição foi promovida pelo canal estatal RTP. Na votação, o ditador superou o histórico líder comunista português Álvaro Cunhal, que ficou em segundo. Em terceiro ficou Aristides de Sousa Mendes, um diplomata que ajudou milhares de judeus perseguidos pela Alemanha nazista, contra as ordens do próprio Salazar. Salazar também ficou à frente de figuras históricas como Afonso Henriques, o primeiro rei português, e Luis de Camões, considerado o poeta mais importante do país. O resultado da consulta causou surpresa em alguns setores da sociedade lusitana, tendo em vista que Salazar é o símbolo dos quase 40 anos de uma ditadura que isolou Portugal do resto do mundo. Analistas políticos destacaram que muitos portugueses de meia-idade, descontentes com a situação econômica do país, sentem simpatia pela figura do ditador, filho de agricultores e nascido em abril de 1889.
Mas a memória do ex-ditador também parece ter atraído setores mais jovens da sociedade, que sequer o conheceram. Nomeado para o Ministério das Finanças em 1928, Salazar conseguiu um superávit nas contas públicas. Em 1930, fundou o partido União Nacional e, em abril de 1932, tomou definitivamente o Poder. Salazar aprovou uma nova constituição um ano depois, com uma abstenção de 40% do eleitorado, e manteve a neutralidade de Portugal na Segunda Guerra Mundial.
No entanto, não conseguiu evitar a perda da Índia portuguesa, em 1962, nem a guerra colonial a África, que marcou o fim do Império português.
A votação portuguesa seguiu o modelo de outras já realizadas em diversos países europeus, como o Reino Unido, onde o vencedor foi o ex-primeiro-ministro Winston Churchill, e a Alemanha, onde o ex-Chanceler Konrad Adenauer foi o preferido.
Se essa moda pega teria o Brasil, como vitorioso o Sr. Getulio Dornelles Vargas?, “o pai dos pobres”, que pouco difere de Salazar.

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